sábado, 13 de abril de 2013

Teste: Zenit II

Já tem um tempinho que eu tenho me aventurado pelo meio analógico, mas ainda não tinha parado para descrever minhas experiências em filme. Antes de falar especificamente da minha experiência com a Zenit II, é necessário salientar que fazer fotografia analógica em Maceió é um tanto complicado. Praticamente não existe variedade de filmes nos laboratórios que ainda os vendem e o preço é bem salgado. Mas tenho fotografado aos pouquinhos e os resultados sempre me surpreendem.

Zenit II

Eu ganhei esta Zenit II de um tio meu, que a guardava em sua dispensa apenas pela memória afetiva. Ele não acreditou muito quando eu falei que aquela câmera (e uma Yashica GSN que ele também guardava) ainda poderia funcionar e se surpreendeu muito quando eu mostrei a ele o material revelado, tamanha a qualidade da imagem.

Não consegui encontrar muitas informações sobre este modelo específico da Zenit, mas percebi que a marca geralmente usa os mesmos princípios, mudando apenas as lentes. A minha, especificamente, é uma SLR, mas só chegou em mim com uma lente 58mm f2, uma lente maravilhosa, diga-se de passagem. Por permitir uma grande abertura do diafragma, o foco de suas fotos é sempre bem preciso e faz aquele desfoque de fundo que todo mundo ama.

Detahe: anel de foco
Por ser antiga, não tinha como a câmera vir intacta, obviamente. Mas os defeitos são mínimos. A câmera está sem alavanca para rebobinar o filme (por isso tive que levar a câmera ainda com o filme dentro para o laboratório), sem suporte para colocar alça e o espelho para visualização da imagem está bem sujo. Mas nada que interfira muito no resultado, ainda bem.

Eu tive algumas dificuldades por conta do espelho sujo para fazer o foco, completamente manual (como toda a câmera) e para marcar a quantidade de fotos que já havia feito porque o contador também é manual e a contagem pode mudar com o mais leve toque. Por isso fui fazendo fotos até o filme terminar e a câmera não me deixar mais mudar o quadro.

Detalhe: marcador da quantidade de fotos e anel de ajuste de velocidade
O que eu achei bem interessante foi o fotômetro da câmera. Ele mede a luz e um "tracinho" branco muda de local, aí você tem que rodar o medidor até que o metal se encontre com o tracinho branco. Depois de encontrados os dois, você observa a roda de rebobinar o filme (não sei exatamente o nome dessas partes) e ela te diz todas as combinações possíveis de abertura x velocidade que funcionam para aquela situação. Pode parecer complicado na teoria, mas na prática é bem interessante.

Detalhe: fotômetro
Como era meu primeiro teste, usei um filme relativamente barato - um Fuji 200 e não ousei muito. Nunca cheguei a usar a abertura 2, fiquei mais no 8 e 16 mesmo. Quando revelei, percebi que a câmera está também com um defeito na cortina, o que faz que vaze luz no filme na hora de passar para o próximo quadro. O bom é que esse "defeito" deixou uns vazamentos maravilhosos na maioria do filme, o que deu um "charme a mais". Sem mais enrolação, seguem algumas fotos feitas por mim com a Zenit II:








Tenho algumas outras experiências analógicas pra postar aqui ainda. Até a próxima =)

Foto por Pedro Trindade


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