Já tem um tempinho que eu tenho me aventurado pelo meio analógico, mas ainda não tinha parado para descrever minhas experiências em filme. Antes de falar especificamente da minha experiência com a Zenit II, é necessário salientar que fazer fotografia analógica em Maceió é um tanto complicado. Praticamente não existe variedade de filmes nos laboratórios que ainda os vendem e o preço é bem salgado. Mas tenho fotografado aos pouquinhos e os resultados sempre me surpreendem.
Zenit II |
Eu ganhei esta Zenit II de um tio meu, que a guardava em sua dispensa apenas pela memória afetiva. Ele não acreditou muito quando eu falei que aquela câmera (e uma Yashica GSN que ele também guardava) ainda poderia funcionar e se surpreendeu muito quando eu mostrei a ele o material revelado, tamanha a qualidade da imagem.
Não consegui encontrar muitas informações sobre este modelo específico da Zenit, mas percebi que a marca geralmente usa os mesmos princípios, mudando apenas as lentes. A minha, especificamente, é uma SLR, mas só chegou em mim com uma lente 58mm f2, uma lente maravilhosa, diga-se de passagem. Por permitir uma grande abertura do diafragma, o foco de suas fotos é sempre bem preciso e faz aquele desfoque de fundo que todo mundo ama.
Detahe: anel de foco |
Por ser antiga, não tinha como a câmera vir intacta, obviamente. Mas os defeitos são mínimos. A câmera está sem alavanca para rebobinar o filme (por isso tive que levar a câmera ainda com o filme dentro para o laboratório), sem suporte para colocar alça e o espelho para visualização da imagem está bem sujo. Mas nada que interfira muito no resultado, ainda bem.
Eu tive algumas dificuldades por conta do espelho sujo para fazer o foco, completamente manual (como toda a câmera) e para marcar a quantidade de fotos que já havia feito porque o contador também é manual e a contagem pode mudar com o mais leve toque. Por isso fui fazendo fotos até o filme terminar e a câmera não me deixar mais mudar o quadro.
Detalhe: marcador da quantidade de fotos e anel de ajuste de velocidade |
O que eu achei bem interessante foi o fotômetro da câmera. Ele mede a luz e um "tracinho" branco muda de local, aí você tem que rodar o medidor até que o metal se encontre com o tracinho branco. Depois de encontrados os dois, você observa a roda de rebobinar o filme (não sei exatamente o nome dessas partes) e ela te diz todas as combinações possíveis de abertura x velocidade que funcionam para aquela situação. Pode parecer complicado na teoria, mas na prática é bem interessante.
Detalhe: fotômetro |
Como era meu primeiro teste, usei um filme relativamente barato - um Fuji 200 e não ousei muito. Nunca cheguei a usar a abertura 2, fiquei mais no 8 e 16 mesmo. Quando revelei, percebi que a câmera está também com um defeito na cortina, o que faz que vaze luz no filme na hora de passar para o próximo quadro. O bom é que esse "defeito" deixou uns vazamentos maravilhosos na maioria do filme, o que deu um "charme a mais". Sem mais enrolação, seguem algumas fotos feitas por mim com a Zenit II:
Tenho algumas outras experiências analógicas pra postar aqui ainda. Até a próxima =)
Foto por Pedro Trindade |
Muito lindas as fotos, Edu :D
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